19 de fevereiro de 2010

Você pode me descortinar essa manhã, trazer a luz, enquanto as sombras se fecham sobre o trilho da escuridão. Banhar meu dia com um sorriso e encharcar o doce momento que desejo saborear com nosso lamber de lábios.

Você pode me contar algo corriqueiro envolto na magia da sua voz, tornar as palavras uma canção que me embala o dia. Desejar algo que dissipe toda dúvida e dispense um pote de certezas, algo que seja sustentado por aquela vontade que só alimenta os sábios.

Você pode me deixar agora, pra que a saudade te mantenha em mim. Saudade que sai furtiva no instante em que meus braços te envolvem novamente.
Arrancar em outra direção em alta velocidade, pois assim derrapo em suas curvas que me arrancam da monotonia da estrada e me fazem deslizar em seu destino.

Você pode me tomar as rimas, destrona-las de meus versos que eu reinvento minha poesia e ainda que em prosa; trago palavras pra dizer-lhe do meu afeto.
E se todo esse sentimento roubar delas o sentido, eu me rendo aos encantos que as deixaram tão perdidas, pra que eu me encontrasse menino, diante daquela a quem me destino.

Anderson Borges

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