Me escorre a tristeza salgada pela lágrima,
Me desce correndo o suor pelos poros.
Meu sangue sai lento pela seringa que me suga a vida
Que se renova em mim e em quem a recebe liquída.
Me tapa os ouvidos a cera se me faço surdo
Negando conselhos que me dou e não escuto,
Da boca disparo o cuspi encharcado de indignação,
Nos olhos as ramelas que os cobrem de preguiça,
Se tardam a se abrir pra vida.
Na boca vem a água, se transborda minha sede,
Nos olhos vem volúpia, se visualizam meu desejo.
À boca, fala a sede do seu beijo,
Na alma, calam as dores do meu corpo.
No peito, grita o apego por seus braços,
Nas pernas, ensaio a dança dos meus passos.
Na mente a verdade é tudo que quero,
Na frente um fragmento é tudo que enxergo.
No dentro, há um vazio que ponho pra fora,
No externo, há tudo que disponho no instante.
No tempo, há um pedaço que chamo de agora,
E não há nada no espaço que nos faça distantes.
Anderson Borges
26 de fevereiro de 2010
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