O anjo bateu asas sem mover o vento em volta
Movia algo maior e nos comovia ao bater de suas asas
Sem perder o rumo, sem provocar ruído, ele foi
Feito pássaro passeando sobre as casas
O silêncio pesado passava por mim
Seu volume maior que o da água dos mares, pesava, feito pezar
Eu me afogava enquanto as palavras davam lugar a um vazio que ecoava na alma
Essa nova linguagem dizia tudo com seu modo único de "não -falar"
Enfim o começo, sem novas promessas, o caminho aberto aos passos
Na soma dos dias, o tempo subtraído nem sempre tinha uma razão exata
Nem sempre havia uma razão na superficialidade dos fatos
Foi quando decidi abrir novos olhos sobre as pagínas do mesmo mundo
O anjo passou sem passos, só as asas a levar-lhe ao destino
Tinha nas alturas seu caminho e sua chegada
Por um instante o percebi, no outro já voltara a duvidar
O anjo não fora mais que os ventos da madrugada
E os ventos agora já não eram nada
Anderson Borges
19 de fevereiro de 2010
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