23 de janeiro de 2010

Solo Então.

-Solo então.
Ele disse pra si mesmo, quando só restavam suas próprias palavras ao seu redor, até o sono o havia abandonado.
Pegou o violão e tentou lembrar alguns acordes, de alguma música que lhe troxesse calma, mas não conseguiu tocar nada além de notas dissonantes.Se apegou no silêncio, se curvou sobre o papel, com a caneta em punho ele escreveu:

"Solo então.
Só com a solidão."

E sentiu as palavras lhe abandonarem, sentiu as paredes se apagarem, ele sabia o que era, esperará por aquilo,mas justo agora que achará uma forma de passar o tempo, justo agora que começara um verso.
A folha quase em branco escurecia a cada piscada e ele sabia que não resistiria mais, era hora de partir para os sonhos que raramente recordava ao amanhecer.

Juntou forças e sob as duas linhas solitárias no papel completou:

"Sonho então.
Sono ..."

E caiu em si, mergulhando repentinamente no sonho,que não sabe se lhe trará a palavra depois de "sono".

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